Quando pensamos em problemas ambientais, um dos primeiros que vem à mente é a questão de resíduos sólidos. Mas o que são resíduos sólidos?
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, resíduos sólidos são materiais descartados, em estado sólido ou semi-sólido, gerados a partir de uma atividade humana. Também são entendidos como resíduos sólidos substâncias gasosas contidas em recipientes ou líquidos que não podem ser lançados na rede pública de esgoto ou em corpos d’água.
Os resíduos sólidos podem ser classificados quanto à origem (onde são gerados) e quanto à periculosidade. Como exemplo da classificação “quanto à origem”, os resíduos sólidos gerados em nossas residências são chamados de Resíduos Domiciliares, os gerados na limpeza de vias públicas são os Resíduos de Limpeza Urbana e a junção deles é chamada de Resíduos Sólidos Urbanos.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, no Brasil são coletados mais de 50 milhões de toneladas por ano de Resíduos Sólidos Urbanos para serem encaminhados para disposição final (aterro sanitário, lixão, por exemplo). É estimado que mais de 50% desse valor seja matéria orgânica.
Mas será que precisamos enterrar todos esses resíduos? Será que não há outra forma de lidar com nosso “lixo”?
A PNRS também apresenta o conceito de Rejeito, que são os resíduos sólidos que não possuem tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis e, portanto, sua única destinação ambientalmente adequada é a disposição final, ou seja, disposição em aterro sanitário. Dessa forma, tudo o que colocamos nas “sacolinhas” para ser recolhido pelo “caminhão de lixo” deveria não ter outro destino ou tratamento viável que não fosse o aterro sanitário.
Restos de alimento são geralmente descartados nas “sacolinhas”, mas para esse tipo de resíduo temos a COMPOSTAGEM, processo de degradação aeróbia (com presença de oxigênio) da matéria orgânica. A partir da compostagem é gerado o composto, que possui os nutrientes presentes nos restos orgânicos e pode ser utilizado como fertilizante para plantas.
A compostagem pode ser feita em diferentes escalas e modelos. Para quem quiser ter sua própria composteira, há o modelo de MINHOCÁRIO. Este modelo é compacto, sendo viável até em apartamentos. Também há modelos maiores que são aplicáveis em condomínios e bairros, como por exemplo as LEIRAS DE COMPOSTAGEM; ou então PÁTIOS DE COMPOSTAGEM que são capazes de compostar o lixo de uma cidade.
Já pensou em tratar os resíduos que gera na sua própria casa ou no seu condomínio? Gerar fertilizante a partir do que seria destinado para aterro sanitário? Por que não começar agora?
Entre os dias 2 e 8 de maio está sendo promovida a Semana da Compostagem, pelo Instituto Lixo Zero Brasil, inspirada pela International Compost Awareness Week – ICAW (Semana Internacional de Conscientização sobre Compostagem). A primeira ICAW aconteceu em 1995, no Canadá, e em 2021 acontece a primeira edição da Semana no Brasil.
A proposta do Instituto Lixo Zero Brasil é criar uma rede de conscientização, com agentes em diversos pontos do país, para disseminar a importância e as técnicas de compostagem.
Já existem iniciativas no Brasil de composteiras caseiras, coletivas e, até mesmo, municipais. Em São Paulo – SP, no ano de 2014, foi realizada a iniciativa Composta São Paulo, por meio da qual foram distribuídas 2.000 composteiras domésticas para a população, com oficinas de capacitação dos participantes. Vídeo ensinando a compostar: https://vimeo.com/97724573
Em Florianópolis-SC há o projeto “Revolução dos Baldinhos”, no qual são distribuídos baldinhos para a comunidade separar os resíduos orgânicos e descartá-los nos pontos de entrega voluntária (PEV ‘s). Como troca, recebem parte do composto produzido. Cartilha ensinando a replicar o projeto:
Na cidade de São José do Rio Preto-SP, foi anunciado em junho de 2020 a criação de um Galpão de Compostagem para processamento de galhos de podas de árvores e restos de alimentos. O município já possui sistema de gerenciamento de resíduos sólidos desde 1992, no qual é feita a triagem dos resíduos domiciliares coletados e a compostagem da parte orgânica.